Quem acompanhou o futebol esmeraldense nas
décadas anterior a 90 se sente saudoso de uma
forma diferenciada de fazer futebol na cidade.
Era comum os clubes manter seus “times de
meninos”, e desses muitos iam sendo aproveitados
no segundo quadro (que fazia a preliminar) composto
por jogadores mais velhos que ava experiência
aos recem chegados ao grupo adulto e que
futuramente alcançariam o quadro principal ou
primeiro quadro como era era chamado.
Com essa prática atletas dos municípios se destacavam
e chegavam até vestir a camisa dos dois clubes do centro,
atuar no Vasco ou no Campolina era o desejo da garotada
pois dalí vislumbravam e com razão a possibilidade de
alcançar espaço em times profissionais.
Também era nos campos do centro que aconteciam algumas
“peneiradas” de clubes como Cruzeiro, Atlético, América, Vila
Nova com atletas jovens em busca de novos talentos.
Com o tempo isso foi se perdendo, alguns times acabaram
com seus times de crianças e essas crianças aram a
irar outros esportes, prova disso é o Otávio filho do
“Pantera”, o pai um exímio jogador de futebol, vice-campeão
do campeonato de Esmeraldas pela Campo Alegre F.C. e
seu filho é hoje um dos grandes nomes do voleibol masculino
do Brasil.
Isso se deu com uma prática que todos sabiam que um dia
se tornaria impossível continuar, os jogadores amadores
aram a cobrar pra disputar o campeonato da cidade e
os dirigentes entraram na onda, fechavam “contratos” por
sacos de cimento, milheiro de tijolos, caminhões de areia,
remédio para parentes, contas em comércios e na sequência
vieram os mais novatos cobrando em dinheiro, o mercado
ficou aquecido e começaram essa prática suicida de trazer
jogadores de outras cidades como Contagem, Betim, Belo
Horizonte, Matazinhos dentre outras, só que chegou
o momento que somente alguns clubes não conseguem
mais pagar pois sobrevivem a duras penas, precisam fazer
vaquinha pra pagar o transporte, a higienização do uniforme,
as taxas na Liga e etc. E agora, como resolver isso?
O Campolina F.C. que completou 93 anos de história em
agosto de 2018, apesar de ser considerado o time de
melhor condições financeiras do município, já repensou
o seu futuro e segundo apuração do blog lucineyesmeraldas,
a partir de 2019 não adotará mais a prática de contratar
um time de “medalhões de fora” pra disputar uma competição,
o Tricolor vai voltar as origens e investir seriamente nas categorias de base
formando time que coloca amor na chuteira como diz os
boleiros mais antigos, além disso o clube de olho no mercado
crescente e nas legislações que regem o futebol, apostará
na formação de atletas que ao alçarem novos horizontes
futuramente para o exterior trará lucros ao Campolina F. C.
como seu clube formador, isso acontece por exemplo com
o Lua Nova de Tijuco que hoje colhe os frutos da venda para
o exterior do seu atleta Bruno Henrique na sua ída para
o clube Wolfsburg da Alemanha e dentro em breve
colherá novamente pelo seu retorno para o time do Santos.
O Campolina tem hoje algo em torno de 250 garotos na
sua base, as chamadas escolinhas, não há cobrança de taxa
mas sim doações e também um programa de sócio-torcedor,
o Kit do uniforme da criançada também é comercializado,
assim mantém o trabalho que além de uma bela e divertida
prática de esporte, ajuda na formação de bons cidadãos.
Pensando o ano de 2019, o Tricolor já aprovou um projeto
no valor de R$ 250.000,00 que atenderá 300 (trezentas)
crianças e 25 (vinte e cinco) funcionários sem investimento
político, o dinheiro é oriundo de empresas que ream
ICMS através da Lei de Incentivo ao Esporte, a L525.
Hoje o Campolina F.C. tem mais de 10 atletas nas categorias
de profissionais nas equipes do Atlético, América, Cruzeiro,
Betinense, Fernandópolis de SP, Novo Horizontino SP, AMDH,
Ponte Preta SP e Avai SC, esses jogadores podem dar algum
retorno financeiro ao Campolina.
O Vice-presidente da Liga Esmeraldense de Desportos João
Marcos alerta:
-“Participei de um seminário a respeito, temos que ficar bem
atentos pois transferências dentro do país não se ganha . Somente
ganha como clube formador se tiver registro do atleta no clube na
liga de origem e por conseqüência na FMF, portanto o primeiro o
é registrar o atleta e depois acompanhar. Somente os clubes onde o
atleta a antes de 21 anos.
O Campolina, atual Campeão da série “A”, hoje liderando o ranking
da cidade com 01 título a frente do rival, se tornou Campeão do
Campeonato Sub 17 em agosto/2018.
Luciney A. Silva
FOTOS: Grupo LED WhatsApp