
Após o ouro no futebol olímpico, os brasileiros
têm a missão agora de torcer pelo futebol de 7 paralímpico
– uma adaptação do esporte convencional para jogadores com
paralisia cerebral ou deficiências similares (sequelas de
traumatismos cranioencefálicos ou acidentes vasculares
cerebrais). A estreia do Brasil aconteceu nessa manhã de
segunda-feira (08) contra a Grã-Bretanha e o placar foi
Brasil 2×1 Grã Bretanha com gols de Leandrinho e Maycon.
O próximo adversário do Brasil pelo Grupo “A” será a Ucrânia.
O JOGO
O jogo começou equilibrado, com chances para os dois
lados até que, aos nove minutos jogados, Leandrinho
recebeu de fora da área, trouxe para dentro e chutou
no contrapé do goleiro Moore, que não conseguiu praticar
a defesa. Era o primeiro gol brasileiro. Aos 15, a
Grã-Bretanha teve a sua melhor chance para empatar. Após
cobrança de falta da entrada da área, a bola chegou limpa
para Crossen, que mandou por cima do gol.
O Brasil respondeu três minutos depois. Em chute de fora da
área de Felipe Gomes, Leandrinho se esticou para pegar o rebote,
mas acabou não alcançando a bola. Aos 20, a seleção brasileira
conseguiu chegar ao seu segundo gol. Em boa jogada de Di Maria,
a bola chegou limpa para Maycon, que chutou duas vezes para
balançar a rede: 2 a 0.
A seleção brasileira ainda teve uma grande oportunidade para ampliar
antes do intervalo, mas o goleiro Moore desviou com a ponta dos dedos
o chute de Fernandes que tinha endereço certo. Na sequência da jogada,
a Grã-Bretanha puxou contra-ataque, e Crossen carimbou a trave
brasileira em um chute forte de esquerda. Sorte dos brasileiros que
foram para o intervalo com dois gols de vantagem.
O segundo tempo mal começou, e Grã-Bretanha já apresentou o seu cartão
de visitas. Depois de receber e na entrada da área brasileira,
Porcher teve tempo de ajeitar o corpo e bater no canto direito de Marcão,
que não conseguiu fazer a defesa. Era o primeiro gol dos britânicos.
O Brasil não se abateu e continuou procurando o ataque. Aos nove,
Leandrinho teve duas chances em sequência, mas não conseguiu o gol.
Aos poucos, a equipe comandada por Paulo Cabral foi tentando cadenciar o
jogo. Somente aos 20 aconteceu uma nova finalização, mais uma vez com
Leandrinho, que dessa vez parou no goleiro Moore. Aos 23, Crossen perdeu
uma chance incrível dentro da área brasileira, finalizando rente à trave.
Segundos depois, foi a vez de Nugent dominar de frente para o gol e ser
desarmado por Marcão, que saiu da meta para aplicar um carrinho salvador.
Como tudo começou
A modalidade estreou nos Jogos Paralímpicos em Nova York,
em 1984, e esteve presente em todas as edições da competição
desde então. Este ano, no Rio de Janeiro, oito seleções competem
pelo pódio no torneio masculino do esporte.
Futebol convencional x futebol de 7
Existem muitas diferenças entre o futebol convencional e
o futebol de 7. Como o nome diz, há apenas sete jogadores
de cada time em campo, além de sete reservas. Não há a regra
de impedimento e os arremessos laterais podem ser feitos com
apenas uma das mãos, rolando a bola para dentro do campo.
As partidas têm 60 minutos de duração, divididos em dois tempos
de 30 com um intervalo de 15 minutos entre eles. Já as medidas
do campo são menores que as do futebol convencional: 75 metros
x 55 metros.
Os jogadores são classificados de acordo com o grau de
comprometimento físico. A escala vai de 5 a 8 – quanto menor a classe,
maior a limitação. Cada equipe deve ter em campo pelo menos um atleta
das classes 5 ou 6 e, no máximo, um atleta da classe 8. Os goleiros
costumam ser justamente das classes 5 ou 6, já que têm maior
limitação motora.
Ouro inédito?
O Brasil conquistou a medalha de bronze no futebol de 7 dos Jogos
Paralímpicos Sidney 2000 e a prata na edição de Atenas em 2004,
mas nunca foi campeão na modalidade. Nos Jogos Paralímpicos de
Londres, em 2012, a seleção brasileira chegou a brigar por medalha,
mas, na disputa pelo bronze, acabou sendo derrotada pelo Irã por 5 a 0.
O líder no esporte, atualmente, é a Holanda, com três medalhas de
ouro (Seul 1988, Barcelona 1992 e Atlanta 1996), seguida pela
Rússia (Sidney 2000 e Londres 2012) e pela Ucrânia (Atenas 2004 e Pequim 2008).